Resenha: "O Menino Que Desenhava Monstros" de Keith Donohue
Olá, leitores!
Tudo bem com vocês? Espero que sim!
A resenha de hoje é sobre um livro que traz na sua escrita detalhada e encantadora, uma delicadeza ao narrar fatos surreais e inimagináveis. Sim! A autora, Keith, foi capaz de me transportar para o mundo dos Keenans (sobrenome dos protagonistas) e, ao término da leitura, me sentir aliviada por não ter que morar com eles. Vai por mim, você não gostaria de viver em uma casa onde coisas estranhas e aparentemente sem explicações acontecem a todo instante.
O protagonista principal do livro é o Jack Peter, um menino que sofre de Agorafobia ("é um transtorno de ansiedade que muitas vezes se desenvolve após um ou mais ataques de pânico. Os sintomas incluem medo e evitar lugares e situações que possam causar sensação de pânico, aprisionamento, impotência ou constrangimento"), o que significa que ele não sai de casa. Para ocupar as 24 horas do dia, Jack encontrou companhia nos seus desenhos. Engana-se quem imagina que ele desenha carros, caminhões, paisagens, ou qualquer outro tipo de arte. Os seus constantes rabiscos revelam a mente perturbada do seu criador. Monstros, monstros e mais monstros. Essa parece ser a única coisa que ele sabe desenhar... Mas, será que há um momento em que esses desenhos nada convencionais, dão espaços a outros?
Uma liçãozinha sobre Jack Peter: Nada é por acaso!
Uma pergunta que não quer calar: Qual o posicionamento dos pais? O que eles fazem diante de uma situação dessa? Bom, para responder terei que voltar um pouco no tempo... Ainda nos primeiros meses de vida do Jack, a Holly notou que havia algo de errado com o seu filho. Enquanto os outros bebês gargalhavam sempre que uma palhaçada era feita perto deles, ou, choravam quando alguém fazia uma careta, o seu Jack não esboçava nenhuma reação. Ele não interagia.
Se hoje ele é diagnosticado com Agorafobia, deve-se a sua persistência para ajudá-lo a ter uma vida "normal". Por outro lado, se dependesse do Tim, o garoto nunca teria pisado em um consultório médico. É mais fácil se iludir de que tudo está bem, que é apenas uma fase.
Agora que vocês estão a par da situação do senhor e da senhora Keenan e do Jack Peter, vamos, então, ao relato cronológico (sem spoiler) do que acontece no livro.
Os pais do Nick vão viajar e ele é deixado aos cuidados da Holly e do Tim. Jack ficou muito feliz por saber que o seu amigo lhe faria companhia mas, o mesmo não se pode dizer do Nick. Às vezes era sufocante ser o único amigo de Jack Peter, ainda mais depois da fixação dele por desenhar monstros. É só colocar uma folha em branco e um lápis em sua mão que se esquecia do mundo ao redor.
Vivendo em um vilarejo isolado, Nick sabe que não tem muitas coisas para se fazer por ali.
A história tem o seu primeiro ápice quando o senhor Keenan avista na estrada em que dirigia, algo inimaginável, capaz de lhe causar calafrios. Sem nenhuma explicação, essa aparição desaparece na mesma velocidade em que apareceu. Para o seu azar, esse não será o último encontro deles.
Após esse dia, a família e o Nick nunca mais teve sossego. O que contribuiu para que crescesse dentro do menino a vontade de ir embora o mais rápido possível. Mas, não havia escolha, ele teria que ficar ali até que os seus pais fossem buscá-lo.
No decorrer das páginas há relatos angustiantes e aterrorizantes de outras aparições indesejáveis.
Sentindo a necessidade de conversar com outro adulto que não seja o Tim, Holly faz amizade com o padre e com a sua governanta. E, em uma dessas conversas, vem a tona uma história trágica que pode ou não estar relacionado com o que vem assombrando a sua vida.
No grand finalé, um segredo guardado a sete chaves vem à tona trazendo consigo uma revelação que mudará a forma como enxergamos a história e os personagens.
FICHA TÉCNICA:
Título: O Menino Que Desenhava Monstros
Autor: Keith Donohue
Ano: 2016 / Páginas: 256 Editora: DarkSide Books
Espero que tenham gostado do post e até breve!